Quinta, 24 de março de 2022
O Exército Brasileiro faz parte das Forças Armadas Brasileiras também constituídas pela Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira (FAB). A administração do exército fica a cargo do Estado-Maior do Exército (EME), o maior quartel do país, localizado em Brasília, Distrito Federal.
Continue lendo para entender melhor como funciona essa estrutura de gestão das Forças Armadas e o trabalho do EME.
Em 1822, ano em que o Brasil se tornou independente de Portugal, teve início a história oficial do Exército brasileiro. Porém, por tradição, considera-se como data inicial o dia 19 de abril de 1648, quando ocorreu a Batalha de Guararapes que consistiu nas invasões holandesas na região nordeste do país. Essa data é considerada o aniversário da Força Terrestre Brasileira.
Entre 1822 e 1967, o Exército brasileiro respondeu ao Ministério da Guerra. Esse ministério foi criado por Portugal em 1815. A partir de 1967, a subordinação passou a ser do Ministério do Exército. Em 1999, passou a integrar o Ministério da Defesa, assim como a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira.
O Exército brasileiro foi de grande relevância na vitória diante da resistência da Coroa Portuguesa à independência de sua ex-colônia. Ao longo do século XIX, o exército atuou ativamente para conter revoltas internas, como a Cabanagem (1835-1840), a Balaiada (1838-1841) e a Guerra dos Farrapos (1835-1845).
Durante a gestão imperial de D. Pedro II, o Exército Brasileiro se envolveu em seu primeiro conflito internacional, a Guerra do Paraguai (1864-1870). A Força Expedicionária Brasileira (FEB), no século XX, participou da Segunda Guerra Mundial, tendo papel essencial na tomada da Itália fascista.
Em março de 1964, o Exército Brasileiro contribuiu para o golpe de Estado que deu início à Ditadura Militar no Brasil e que se estendeu até 1985. A partir da promulgação da Constituição de 1988, o exército passou a se ater às suas atribuições constitucionais.
A base da administração do exército está na relação hierárquica entre as suas instituições. A estrutura organizacional é composta por três linhas principais.
No topo da gestão está o comandante do Exército, o Ministério da Defesa e os órgãos focados no assessoramento superior. Vale citar ainda o Alto Comando do Exército (ACE), trata-se de um conselho permanente constituído pelo comandante e Generais-de-Exército.
Abaixo está o órgão de direção geral, Estado Maior do Exército (EME), e demais órgãos de assistência direta e imediata. O EME fica em Brasília e se destaca por ser o maior quartel do país. O papel desses órgãos é oferecer assistência administrativa, jurídica, de inteligência e institucional.
Ressaltamos também o Centro de Inteligência do Exército (CIE), que é responsável pelas ações de inteligência, e também o Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx) que realiza atividades de comunicação.
A terceira das linhas principais é o Estado Maior do Exército, que tem sob seu comando os órgãos de direção setorial que são responsáveis pela logística, recursos humanos, engenharia e educação.
Um dos órgãos que merecem destaque é o Comando de Operações Terrestres (COTER). A função do COTER é a de empregar os meios e recursos do exército dos oito Comandos Militares.
Trata-se do órgão de direção geral do exército, cujo papel é elaborar a política militar terrestre, o planejamento estratégico e a orientação de preparo e uso da Força Terrestre. Visa o cumprimento da constituição do Exército Brasileiro.
A missão do EME é estudar, planejar, coordenar, controlar e orientar as atividades da Força de acordo com as decisões e diretrizes do comandante do Exército.
Em 1808, foi criado o Comando de Armas da Corte pelo Conde de Linhares, primeiro ministro da Guerra. Após a proclamação da Independência do Brasil, D. Pedro I realizou um trabalho de profunda reorganização do Exército Imperial. Em 1824, o imperador estabeleceu o Quartel-General da Corte com funções de Comando e Estado-Maior.
O Quartel-General da Corte foi substituído pela Repartição do Ajudante Geral, em 1857. Essa substituição foi feita pelo Ministério chefiado por Duque de Caxias. Com o fim da Guerra da Tríplice Aliança, teve início um período de forte desvio da inteligência militar para questões científicas, filosóficas e para o positivismo.
Os militares foram levados à participação na política e isso se resolveu na Questão Militar. O Estado-Maior do Exército representou o começo da reação contrária a essa fase.
Em 24 de outubro de 1896, o EME foi criado, de acordo com a lei n° 403, sancionada pelo então presidente da República Prudente de Moraes. O objetivo era que o exército brasileiro se tornasse uma instituição moderna que estivesse alinhada com as evoluções da área da guerra e com uma gestão administrativa mais efetiva. Basicamente, a função do EME era preparar o Exército para realizar a defesa da Pátria no exterior e manter as leis no interior.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre o Exército Brasileiro?