Quarta, 27 de janeiro de 2021
Absolutismo é o nome dado a um tipo de sistema político em que todo o poder fica centralizado em uma única figura, que pode ser um rei ou um ditador. Trata-se de um sistema totalmente diferente do que é adotado em uma democracia, em que o presidente não possui o poder absoluto e há uma divisão entre órgãos distintos.
Continue a leitura para entender melhor o que é absolutismo e saber mais sobre países em que ele esteve presente.
Como mencionado, no absolutismo apenas uma pessoa detém todo o poder do Estado. Com isso, pode decidir livremente sobre qualquer assunto do interesse da população sem sofrer qualquer tipo de contestação. Como se pode imaginar, é um sistema que abre espaço para injustiças, abusos de poder e mais uma série de questões que podemos observar em vários capítulos da história.
O Rei Luís XIV, que governou a França entre os anos de 1643 e 1715, é um bom exemplo de líder absolutista. Ele disse uma frase que se tornou emblemática e descreveu muito bem o absolutismo: “L'état, c'est moi”, em português, “Eu sou o Estado”. Já em uma democracia, o Estado é formado por uma série de autoridades que dividem o poder e evitam que abusos aconteçam.
Além do absolutismo monárquico, esse sistema político existiu de outras formas em vários países do mundo. Alguns exemplos incluem: Adolph Hitler com o nazismo alemão; Joseph Stalin com a União Soviética; Benito Mussolini e o fascismo italiano; e o mais recente Kim Jong-Un na Coreia do Norte.
Um dos maiores defensores do absolutismo foi o bispo francês Jacques-Bénigne Bossuet. Ele defendia o chamado “direito divino”, que é a ideia de que os reis eram escolhidos por Deus para manter a sociedade organizada. Com isso, essas pessoas consideradas superiores deveriam deter todo o poder e não compartilhá-lo, como ocorre na chamada monarquia constitucional.
Outros teóricos usavam argumentos mais pragmáticos para defender o absolutismo. O filósofo inglês Thomas Hobbes, por exemplo, afirmava que a obediência era a única maneira de manter a ordem e a segurança. Já Nicolau Maquiavel, defendia que um rei precisava ser mais temido do que amado, usando como justificativa uma frase que se tornou célebre em sua obra “O Príncipe”: “Os fins justificam os meios”.
Veja, a seguir, as principais características do absolutismo e entenda melhor como esse tipo de governo funcionava.
Poder ilimitado - Os monarcas podiam tomar decisões livremente e criar leis, sem que fosse necessária a aprovação de outro órgão ou da sociedade.
Interferência na religião - O poder dos monarcas se estendia à religião da população, que deveria seguir a crença determinada por eles. Além disso, eram eles que nomeavam quem ocuparia cargos do alto clero.
Poder concentrado - Como a transição do poder ocorria de forma hereditária, ou seja, passando entre descendentes, o poder ficava concentrado em apenas algumas famílias.
Abuso através de impostos - As camadas mais pobres da sociedade eram exploradas através do pagamento de impostos. Aqueles que se negavam a pagar eram punidos de forma violenta, podendo ser presos, agredidos ou, até mesmo, mortos.
Nobres sustentados pelo Estado - Os impostos recolhidos pela população serviam para manter os luxos da monarquia e sustentar a nobreza, como forma de evitar conflitos com uma classe que tinha certo poder. Inclusive, o Palácio de Versalhes, que fica na França, foi construído para servir como moradia para os nobres.
Mercantilismo - O principal modelo econômico seguido pelos governos absolutistas era o mercantilismo. Nesse sistema, o Estado tinha o poder de intervir na economia e buscava a acumulação de riquezas.
Mudanças depois da Revolução Francesa - Durante a Idade Média, praticamente todos os monarcas governavam seguindo os moldes absolutistas. No final do século 18, com o fim da Revolução Francesa, muitos países começaram a seguir o modelo chamado monarquia constitucional, em que há uma constituição e o rei não detém o poder absoluto.
Com o passar do tempo, o absolutismo foi perdendo sua força porque o abuso de poder não costuma ser sustentável e as chances de as pessoas se rebelarem são muito grandes. Assim, a violência, a imposição de crenças religiosas, a carga tributária mais alta do que a população podia pagar, tudo isso foi culminando para o fim dessa forma de governo, o que aconteceu por volta do século 19.
Outro fator que contribuiu para a queda do absolutismo está relacionado às mudanças geradas pela Revolução Francesa. O Iluminismo contestava a ideia de que os monarcas detinham o chamado “poder divino” porque valorizava o pensamento racional e defendia a ideia de poder descentralizado. Toda essa pressão fez com que esse sistema político deixasse de ser adotado pela maioria dos países.
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