Quarta, 9 de junho de 2021
Estudantes que estão se preparando para as provas do Enem e vestibular devem entender o que é coloquialismo e quais os cuidados a se tomar com ele nas provas e especialmente na redação. Ao longo do texto explicaremos o conceito e de que forma ele pode te levar a cometer deslizes em questões de Gramática, regras da Língua Portuguesa e na redação.
O coloquialismo é uma variação da linguagem popular, em outras palavras, é uma forma mais espontânea de comunicação utilizada no dia a dia. Nesse sentido, é uma linguagem que não possui regras gramaticais e é utilizada casualmente.
Por ser uma forma de comunicação fluida e baseada na oralidade, é bastante comum observar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões (incluindo até os chamados palavrões). Fica evidente que não é uma linguagem relacionada à norma culta da língua portuguesa, não é mesmo?
A linguagem formal e a não formal são consideradas como variantes linguísticas, sendo que cada uma possui a sua relevância em diferentes contextos. No dia a dia, quando uma pessoa conversa com seus familiares e amigos, utiliza a linguagem não formal.
No entanto, essa mesma pessoa utiliza a linguagem formal em outros contextos, como em uma entrevista de emprego, em uma reunião corporativa ou para redigir um texto de trabalho acadêmico.
O coloquialismo (ou linguagem não formal) permite que se fale de forma mais espontânea, com regionalismos e sem preocupação com o uso de regras gramaticais. Por sua vez, a linguagem formal (também chamada de “culta”) se fundamenta em uma boa pronúncia das palavras e no emprego das regras gramaticais. Comparativamente, há maior preocupação com o uso correto da língua no modo formal do que no não formal.
Para quem ainda tem dúvidas a respeito do que é o coloquialismo, listamos alguns exemplos pertinentes da rotina, acompanhe.
À esquerda está a frase escrita de modo coloquial e à direita sua versão em linguagem formal, respeitando as regras gramaticais.
“Fui no salão de beleza ontem.” / “Fui ao salão de beleza ontem.”
“Corre porque tá tarde.” / “Corra, porque está tarde.”
“Aonde você deixou a calculadora?” / “Onde você deixou a calculadora?”
“Não vi ela quando entrei.” / “Não a vi quando entrei.”
“Ele não devia ter dito aquilo.” / “Ele não deveria ter dito aquilo.”
“O gato passou rápido por ali.” / “O gato passou rapidamente por ali.”
“Me apresentou aos seus familiares.” / “Apresentou-me aos seus familiares.”
“Já é dez horas e ela não respondeu.” / “Já são dez horas e ela não respondeu.”
O coloquialismo se caracteriza por ser uma linguagem mais descontraída, aquela que usamos para conversar com amigos e familiares no dia a dia. Em geral. na linguagem coloquial estão presentes gírias e expressões que nem sempre prezam pelas regras gramaticais.
No contexto pessoal não há problemas em utilizar essa linguagem, no entanto, na redação. pode se tornar um motivo para perda de pontos. A banca avaliadora geralmente não avalia bem redações que utilizam a linguagem coloquial. O ideal é utilizar a norma culta para redigir a sua redação.
Há, basicamente, dois problemas bastante sérios com o uso do coloquialismo na redação. O primeiro deles é a banca considerar que o vocabulário do candidato é pobre. O segundo, e ainda pior, é que os corretores não entendam o que está sendo dito.
Normalmente, o coloquialismo abrange o uso de gírias e não podemos nos esquecer de que elas mudam de significado de uma região para outra. Logo, quando você utiliza uma gíria está fazendo uma aposta alta, pois pode não ser compreendido por quem vai fazer a correção da sua redação. Mais uma vez, ressaltamos que o mais seguro em uma redação do Enem e de vestibulares é utilizar a linguagem formal.
Abaixo listamos alguns dos principais termos coloquiais utilizados em redações com dicas de como substituir.
Nesse caso, o termo coloquial é o “pra”, que seria uma contração da preposição “para”. Utilizar esse tipo de linguagem pode custar pontos na sua redação, então, o melhor é substituir o “pra” por “para”.
A expressão “entrar na onda” é bastante utilizada na linguagem coloquial, como um indicador de que todos participam de algo. Quando um candidato utiliza uma expressão como essa, pode parecer para o corretor que ele estava com preguiça ou má vontade de elaborar uma frase dentro da linguagem culta. Nesse caso, a substituição é simples: “Todas as crianças aderiram ao uso da internet”.
Mais um exemplo em que foi utilizada uma expressão coloquial, nesse caso, “se deixar levar”. A substituição poderia ser feita da seguinte maneira: “Facilmente os jovens são influenciados pelas opiniões das redes sociais”.
No caso de caber no contexto da redação o uso de uma gíria, é necessário incluí-la entre aspas. Contudo, como já explicamos, é uma aposta alta e o melhor é escrever sua redação com a linguagem culta, sem expressões coloquiais.
Comece a prestar mais atenção ao uso do coloquialismo em suas redações! Para conferir mais conteúdos e dicas para o Enem e o vestibular, navegue pelo blog do Hexag!