Terça, 13 de julho de 2021
Um dos rios mais conhecidos do Brasil, o rio Tietê, conta com uma ampla rede hidrográfica, além de relevância cultural e econômica. Para se ter uma ideia, esse rio contribuiu com o processo de formação de 62 municípios ribeirinhos nascidos na sua margem.
No entanto, o Tietê não se destaca apenas pelo seu potencial. Seus problemas ambientais contribuem para sua fama de forma negativa. Continue lendo para entender um pouco mais sobre a história desse importante rio e como ele se tornou poluído.
Como citamos anteriormente, o rio Tietê teve papel fundamental para a formação de municípios ribeirinhos. Também tem suas águas utilizadas para agricultura, pecuária e até mesmo geração de energia em alguns trechos em que há usinas. Porém, os seus problemas ambientais costumam ter maior destaque devido a sua gravidade.
Esse é um manancial extremamente poluído e todos os dias recebe mais de duas toneladas de resíduos sólidos e esgoto provenientes da maior cidade do país, São Paulo. Há trechos do Tietê que estão mortos por não ter vida animal ou vegetal.
O rio possui comprimento de 1.100 km, atravessando o estado de São Paulo como um todo. Sua nascente está no município paulista de Salesópolis e possui altitude de 1.030 metros.
A foz do rio Tietê está no rio Paraná, no município de Itapura, divisa com o estado do Mato Grosso do Sul. Seus afluentes são: rio Jacaré-Pepira, rio Piracicaba e rio Sorocaba. Banha 62 municípios ribeirinhos e a sua bacia hidrográfica abarca seis sub-bacias:
Antes de se chamar Tietê, esse rio era nomeado como Anhembi que em tupi significa “rio das anhumas”. Anhuma é uma ave típica da região do atual estado de São Paulo. No século XVII, os bandeirantes renomearam o rio para Tietê, palavra que também tem origem indígena e que significa “ti” (rio) e ete (grande, verdadeiro ou fundo). Logo, Tietê significa rio grande ou rio verdadeiro.
O rio Tietê passa pela maior cidade brasileira, cruzando toda a região metropolitana de São Paulo. É um dos principais afluentes da macrobacia do Rio Paraná. Sua nascente se encontra no Parque Nascentes do Rio Tietê, no município de Salesópolis (SP). A área se encontra sob proteção ambiental, objetivando preservar as nascentes da bacia. O parque tenta preservar a fauna e a flora originais da Mata Atlântica.
Esse rio possui papel relevante do ponto de vista econômico, uma vez que nele acontecem atividades de navegação, turismo, abastecimento e há até usinas hidrelétricas, como a de Rasgão e a de Pirapora do Bom Jesus. As duas usinas são responsáveis pelo abastecimento elétrico de São Paulo e região.
A poluição do rio Tietê tem relação direta com a superpopulação da cidade de São Paulo. Ele recebe um volume significativo de esgoto industrial da cidade de Mogi das Cruzes, localizada a 45 km da nascente. Também recebe o despejo de dejetos urbanos e industriais da capital.
Boa parte do lixo urbano e industrial da capital de São Paulo é despejada irregularmente no leito do rio Tietê. Tal prática se popularizou em decorrência da falta de uma rede de captação de esgoto ao longo do processo de industrialização no Brasil, entre as décadas de 1930 e 1970. Tornou-se comum nesse período direcionar o lixo urbano-industrial para cursos d’água, especialmente para o Tietê. Essa prática, infelizmente, ainda é comum atualmente.
O rio Tietê apresenta ainda outro problema ambiental, o das inundações. Tal fenômeno pode ser explicado através da observação da expansão de áreas urbanas e construções de prédios e rodovias próximos do leito menor (área que é naturalmente destinada à inundação).
No entorno do rio está uma das principais vias da cidade por onde passam diariamente por volta de dois milhões de carros. No período mais chuvoso, é comum que ocorram enchentes nessa área, uma vez que há milhões de litros de água desaguando muito rapidamente no leito, aumentando o volume rapidamente.
O rio Tietê, assim como todo curso d’água, tinha grande potencial do ponto de vista do seu uso econômico. No entanto, a poluição interferiu nesse potencial, gerando uma série de limitações em alguns trechos, como o da região metropolitana de São Paulo, que apresenta presença quase zero de oxigênio, não havendo vida animal ou vegetal.
Alguns trechos do Tietê são utilizados para a geração de energia elétrica. Há um total de 12 usinas de produção hidrelétrica ao longo do rio, com destaque para a barragem da usina Pirapora de Bom Jesus, Rasgão e do Parque de Salesópolis. Também vale mencionar o uso das suas águas para a agricultura e pecuária a partir do município de Barra Bonita. Nesse trecho a água é mais clara e limpa.
A poluição do rio Tietê reduziu consideravelmente seu potencial de aproveitamento, mas ele ainda é muito importante para o estado de São Paulo.