Sexta, 21 de maio de 2021
Tarsila do Amaral é conhecida como um dos nomes mais relevantes da pintura da primeira fase do modernismo junto à Anita Malfatti. A artista plástica brasileira participou ativamente do movimento modernista e, ao lado dos escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, inaugurou o movimento intitulado “Antropofagia”.
Continue lendo para conhecer a biografia da artista e algumas de suas obras mais importantes.
A artista plástica Tarsila do Amaral nasceu em uma família abastada da cidade de Capivari, interior de São Paulo, no dia 1° de setembro de 1886. Tarsila morou durante sua infância e adolescência na sua cidade natal junto a seus pais e sete irmãos. Sua família herdou fazendas do seu avô, José Estanislau do Amaral, que era conhecido como “o milionário”.
A pintora passou algum tempo morando em São Paulo capital, estudou no Colégio de Freiras e no Colégio Sion nessa fase. Mudou-se, então, para Barcelona, na Espanha, com o objetivo de concluir seus estudos. Pintou seu primeiro quadro aos 16 anos de idade.
No retorno ao Brasil, Tarsila se casou com André Teixeira Pinto, o casal teve uma filha chamada Dulce. Em 1920, se divorciou e foi para Paris, na França, para estudar arte na escola de pintura e escultura Academia Julian.
Em 1922 (ano em que foi realizada a Semana de Arte Moderna no Brasil), Tarsila participou do “Salão Oficial dos Artistas da França”. Quando voltou ao Brasil, a artista conheceu o escritor modernista Oswald de Andrade, com quem manteve um relacionamento entre os anos de 1926 e 1930.
Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti e Menotti del Picchia formaram o que ficou conhecido como “Grupo dos Cinco”. O grupo tinha como objetivo mudar o cenário histórico-cultural e artístico do Brasil. Eles desejavam que a cultura brasileira recebesse as influências das vanguardas europeias.
A artista viveu um romance com o escritor Luís Martins entre os anos de 1934 e 1951. No ano de 1965, precisou ser submetida a uma cirurgia na coluna, porém, em decorrência de um erro médico, ficou paralítica. Em 1966, Dulce, sua filha, faleceu. A pintora faleceu aos 86 anos na cidade de São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.
O Movimento Antropofágico foi um conceito apresentado pelos modernistas que tinha como objetivo afastar a produção artística brasileira de temas considerados da arte europeia. A ideia era criar uma estética verdadeiramente brasileira. Esse é considerado como um dos movimentos mais radicais desse período.
O nome faz referência à metáfora da deglutição, em que se come a cultura estrangeira para regurgitar uma “nova” cultura. A inspiração para o conceito veio do quadro de Tarsila, “Abaporu”, de 1928, palavra em Tupi que significa “antropófago” (homem que se alimenta da carne de outro homem). A artista disse que a figura monstruosa da pintura nasceu a partir de um sonho.
A obra “Abaporu” foi dada de presente por Tarsila para o seu então companheiro Oswald de Andrade, em 1928. Em 1955, o quadro foi vendido por um milhão e quinhentos mil dólares para o argentino Eduardo Costantini.
A artista expôs suas obras na 1ª e na 2ª Bienal de Arte de São Paulo, respectivamente, em 1951 e 1953. No ano de 1963, a artista foi tema de sala especial na Bienal de São Paulo e, no ano de 1964, expôs suas obras na 32ª Bienal de Veneza. Tarsila costumava dizer que inventava tudo em sua pintura, o que ela via e sentia era utilizado para sua arte.
A artista pintou mais de 270 obras que estão divididas em algumas fases, confira mais detalhes abaixo.
Essa fase foi dedicada à pintura de temas nacionais (foco na brasilidade). As cores usadas eram fortes.
Período em que as obras eram fortemente inspiradas nas vanguardas europeias, cubismo e surrealismo. O conceito de antropofagia foi amplamente empregado nessa fase.
Tinha como foco os temas cotidianos e sociais do Brasil.
Ano de 1922
Margaridas de Mário de Andrade;
Retrato de Oswald de Andrade;
Retrato de Mário de Andrade.
Ano de 1923
A Negra;
O Autorretrato.
Ano de 1924
Morro da Favela;
Cuca;
A Feira;
A Estação Central do Brasil.
Ano de 1925
O Pescador;
Palmeiras.
Ano de 1926
Sagrado Coração de Jesus.
Ano de 1927
Religião Brasileira.
Ano de 1928
Abaporu;
Urutu.
Ano de 1929
Antropofagia;
Cartão Postal.
Ano de 1930
Composição (Figura só).
Ano de 1931
Retrato de Padre Bento.
Ano de 1933
Operários;
Segunda Classe.
Ano de 1935
Crianças do Orfanato.
Ano de 1940
O Casamento.
Ano de 1941
Procissão.
Ano de 1943
Terra.
Ano de 1946
Primavera.
Ano de 1947
Praia.
Ano de 1949
Criança.
Ano de 1950
Costureiras.
Ano de 1953
Porto I.
Ano de 1954
Procissão.
Ano de 1958
A Metrópole.
Ano de 1966
Porto II.
Ano de 1970
Religião Brasileira IV.
Agora você conhece a biografia e as principais obras de Tarsila do Amaral! Para conferir mais conteúdos de arte e história, fique ligado no blog do Hexag!