Quinta, 28 de abril de 2022
O cristianismo é uma doutrina religiosa que influenciou a história da humanidade nos últimos 2.000 anos. Dessa forma, compreender a sua origem tem relação também com entender a trajetória do ser humano. No artigo a seguir nos aprofundaremos em como essa doutrina nasceu e ganhou a dimensão que possui atualmente.
Em linhas gerais, os fatos em que o cristianismo está baseado ocorreram durante o Império Romano, nos últimos séculos da Idade Antiga. Esse período se estendeu entre 3.500 a.C. até 476 d.C.. A doutrina nasceu a partir dos homens que foram seguidores de Jesus Cristo.
Jesus era judeu, ele nasceu e faleceu na atual região da Jordânia e Israel, no Oriente Médio. Esse território era dominado pelos romanos nesse período. Grande parte do mundo ocidental segue o calendário cristão. Nesse calendário, o ano 1 corresponde aproximadamente ao ano em que Jesus nasceu. Os seguidores da doutrina cristã creem que Jesus é o filho de Deus.
De acordo com a Bíblia, Deus enviaria um messias com o objetivo de redimir a humanidade. Para alguns judeus, Jesus era esse enviado de Deus de que os textos sagrados falavam, porém, outros discordavam. É interessante pontuar que, para os judeus, até hoje o messias não foi enviado.
As autoridades judaicas da época iniciaram uma dura perseguição a Jesus por não acreditar que ele seria o messias. Seus discípulos deixaram registros que posteriormente se tornaram a segunda parte da Bíblia cristã. De acordo com esses relatos, Jesus teria sido morto na cruz pelos seus perseguidores, porém, teria ressuscitado, demonstrando assim seu caráter divino.
A crença de que Jesus era o messias mencionado nos textos sagrados persistiu após a sua morte. Foi essa crença que deu origem à doutrina religiosa que conhecemos como cristianismo.
Pedro e Paulo, dois dos apóstolos (discípulos) de Jesus foram os responsáveis por disseminar os ensinamentos dele por Roma e por toda a Europa durante a década de 50 d.C.. Os dois escreveram textos sobre Jesus que se tornaram o chamado Novo Testamento, a segunda parte da Bíblia dos cristãos.
O Velho Testamento (primeira parte da Bíblia) é o mesmo livro sagrado dos judeus, conhecido como Torá. O que está relatado nele diz respeito à história do povo judeu (hebreu) ao longo de mais de 4.000 anos. Nessa primeira parte são usados de base mitos e lendas a respeito da criação do mundo e também fatos ocorridos com o povo hebreu.
O ponto diferencial entre os judeus e os cristãos está no fato de que os primeiros não acreditam que Jesus era o messias, filho de Deus. O cristianismo nasceu exatamente dessa dissidência, pois aqueles que acreditavam em Jesus como messias passaram a ter uma nova religião.
Os descendentes dos apóstolos, que iniciaram a disseminação do cristianismo, eram chamados de patriarcas. As comunidades formadas pelos apóstolos se fortaleceram e essa crença foi se espalhando mesmo após a morte deles. Logo, o cristianismo foi se fortalecendo enquanto igreja.
Uma curiosidade é que a palavra “igreja” vem do grego “eclésia” que significa assembleia. Dessa forma, diz respeito a uma reunião de homens que possuem as mesmas práticas e ideias. Os cristãos foram perseguidos pelos romanos durante séculos, passaram por torturas e precisaram esconder sua fé.
Durante o governo do imperador Nero (54 a 68), os cristãos foram acusados de incendiar Roma. Era uma prática comum no período que os cristãos fossem incendiados vivos ou devorados por feras como diversão para o público que assistia a esse tipo de espetáculo. O objetivo de ações bárbaras como essa era o de impedir que o cristianismo continuasse a se espalhar.
O grande ponto de discórdia entre Roma e os cristãos era que os últimos não acreditavam na adoração ao imperador como um deus vivo. O cristianismo prega a igualdade entre os homens e a adoração a um único Deus. No decorrer da história, o cristianismo foi ganhando mais adeptos e os romanos acharam mais interessante se unir aos antigos inimigos.
Em 313, o então imperador romano Constantino se converteu ao cristianismo e permitiu que esse culto religioso fosse praticado. Em 391, o cristianismo se tornou a religião oficial de Roma e todas as demais foram proibidas.
A partir desse momento, a religião cristã passou a ser imposta a todos os povos dominados pelos romanos. No século 4, a igreja passou a ganhar muito mais força como instituição.
Por todo o Império Romano havia patriarcas ou bispos espalhados. Em 455, de acordo com a ordem do imperador, o patriarca de Roma passou a ser a autoridade máxima da igreja, recebendo o título de papa.
Após passar por todo esse processo, a igreja consolidou o nome que resumia seus objetivos: Igreja católica apostólica romana. Basicamente, isso significa que a instituição representa uma assembleia (igreja), que segue os apóstolos de Cristo (apostólica), cuja sede está em Roma (romana) e que objetiva disseminar a fé por todo o universo (católica quer dizer universal).
O imperador Constantino promoveu, ainda em 325, um encontro em Nicéa com o objetivo de determinar quais seriam as normas de conduta dos cristãos. A verdadeira consolidação do poder da igreja se deu nos séculos seguintes, durante a Idade Média, que tem seu início no século 5.
Tanto o Império Carolíngio (séculos 8 e 9) quanto o feudalismo (especialmente entre os séculos 8 e 13) proporcionaram as condições para que a igreja católica se tornasse uma instituição poderosa.
Agora você conhece as origens do cristianismo!